Diretor da Bracell Papéis confirma expansão de capacidade da fábrica de tissue em Lençóis Paulista 2ww3x

Durante a 5ª edição do Tissue Summit Brasil, que aconteceu em fevereiro, em São Paulo, Eduardo M. Aron, diretor geral da Bracell Papéis, participou de um Talk Tissue ao vivo, conduzido por Felipe Quintino, CEO do Nexum Group e fundador do Portal Tissue Online.  5m3515

No bate-papo, Aron falou sobre as dificuldades da indústria no Brasil, destacando a complexidade dos desafios logísticos e econômicos, como a falta de infraestrutura e sobrecarga de portos, bem como a alta de juros que tem diminuído o poder de compra da população brasileira, impactando negativamente o setor comercial 

“Vemos a infraestrutura dos portos brasileiros bastante sobrecarregada de volume. No varejo, já olhando para o lado de produtos que vendemos fabricados, os juros altos é um grande desafio para o setor”, afirmou Aron. “Grande desafio para qualquer setor de produtos acabados”, acrescentou. 

Apesar desse panorama difícil, o executivo mantém uma visão otimista do setor e acredita que a demanda por papel tissue deve crescer – em volume – cerca de 2% ao ano. Atualmente, o consumo médio de tissue per capita no Brasil é de 6 kg por pessoa – inferior a outros mercados mais maduros, inclusive da América Latina, conforme o executivo. 

EXPORTAÇÕES 

Em 2024, uma das principais estratégias da Bracell foi manter o foco nas exportações. De acordo com Aron, “a exportação foi o carro-chefe da companhia”. “Procuramos vender nossos produtos no Brasil e fizemos isso de forma muito consciente e equilibrada, respeitando o nível de preços do mercado [nacional], mas sem exageros”, afirmou. “Felizmente, conseguimos, apesar dos desafios logísticos, contar com as exportações como um grande canal de escoamento”, complementou. 

Segundo o executivo, espera-se que até 2026, enquanto a categoria de produtos acabados cresce, a exportação seja um pilar para a companhia continuar exportando seus produtos tanto para a América Latina, quanto para África, Estados Unidos e Europa. 

INOVAÇÃO E TENDÊNCIAS COM VALOR AGREGADO 

Com pouco mais de um ano no setor brasileiro de tissue, a inovação tem sido um grande diferencial competitivo da Bracell, especialmente com a nova fábrica de tissue da companhia e suas tecnologias de ponta.  

Para o diretor geral, ainda existem diversas possibilidades de crescimento no setor, nos curto e médio prazos, principalmente nas categorias de lenços e toalhas de papel, considerando a percepção de valor do consumidor brasileiro. 

“Ainda temos coisas para inovar, mas sempre temos que ter um conceito de valor agregado para o consumidor”, afirmou. “O consumidor brasileiro é PhD em entender o valor das coisas”, complementou Aron. 

O diretor também comentou sobre a importância de lançamentos de novos produtos, que agitam o mercado e ditam tendências para o segmento, como a sua nova marca de papéis higiênicos , a Supra, lançada no ano ado, após o start-up da nova unidade da Bracell em Lençóis Paulista. “A indústria precisa fazer um caminho para inovar com o valor agregado”, destacou. 

SEGMENTO PROFESSIONAL 

Analisando os resultados da companhia, o diretor ressaltou que uma das grandes conquistas da Bracell no último ano foi no segmento de tissue professional, também conhecido como Away from Home (AFH), que superou suas expectativas em volume. 

“Em determinado momento, chegamos a ficar sem capacidades disponíveis para esse mercado”, revelou Aron. “Percebemos que os clientes tinham uma necessidade de um suprimento regular e confiável, por isso conseguimos estabelecer ótimas parcerias. Isso nos animou muito e nos motivou a continuar investindo nessa área”, acrescentou ele. 

Ainda segundo Aron, com a retomada do trabalho presencial, o mercado de tissue professional deve continuar em crescimento no país. “O presencial tem ganhado market share no Brasil”, pontuou. 

EXPANSÃO 

Segundo Aron, a Bracell está bastante satisfeita com suas conquistas no setor de tissue e continuará investindo e expandindo suas capacidades dentro do segmento. “Nós vamos expandir nossa fábrica em Lençóis”, confirmou o diretor geral. 

Para ele, o fato de a empresa ter iniciado suas operações com um projeto green field instalado foi bastante assertivo, pois é uma fábrica estudada, planejada, com uma localização muito boa e, apesar das dificuldades, conseguiu avançar com as exportações. 

Durante a entrevista, o executivo ainda confirmou que serão adicionadas mais 120 mil toneladas à capacidade anual da fábrica de papel tissue em Lençóis Paulista, no interior de São Paulo. 

Atualmente, a unidade que já recebeu aportes de R$ 2,5 bilhões, conta com uma capacidade produtiva de 240 mil toneladas de tissue por ano, a ser convertido em papel higiênico e papel toalha, com quatro máquinas em operação, de 60 mil toneladas cada.